Conhecendo o Anhangava
- Patricia Costa
- 25 de set. de 2015
- 3 min de leitura
O Morro Anhangava se localiza a 30 Km de Curitiba, como fomos de avião até Curitiba, tínhamos que nos deslocar de ônibus. Não fosse a chuva incessante e as mochilas pesando 18 kg cada, não seria tão divertido.
Chegamos no aeroporto em Curitiba às 08:30 horas, então pegamos um ônibus até o centro de Curitiba e descemos (parada da Receita Federal) umas três quadras do terminal Guadalupe.
Neste terminal, prontamente os paranaenses já nos informaram onde saíam os ônibus para Quatro Barras, os quais tinham as linhas 073-CTBA/Q.BARRAS (BR-116) e 074-CTBA/Q.BARRAS (GRACIOSA). Embarcamos no Graciosa (para curtir os 40 min. de uma bela paisagem e porque foi o primeiro que chegou...hehehe).
Chegando ao terminal de Quatro Barras, com uma chuva forte e contínua, embarcamos no ônibus circular Borda do Campo (Importante: não saía do terminal, que então você pega o próximo ônibus, sem pagar). Trinta minutos depois descemos no Supermercado Astro (o qual não está mais aberto, então seu ranchinho deve ser feito em outro supermercado). Em frente, seguimos pela rua à esquerda de paralelepípedo, onde há uma placa indicativa "Morro do Anhangava - trilha secundária". Erramos o caminho, mas conseguimos chegar ao Refúgio 5.13, no meio da tarde.
Foram cinco dias acampados no refúgio. O local, indicamos com muita satisfação para todos que queiram ficar num refúgio de montanha aconchegante e com um astral magnífico. Com cozinha disponível, banheiros com chuveiros quentes, um super gramado para praticar slackline (quando o tempo não colabora com a escalada) e uma energia super positiva!!! Acampamos, mas o Refúgio 5.13 tem beliches e quartos de casal, para os que não querem montar a barraca na chuva.
Fotos: Fotos externas do Refúgio 5.13 e de um quarto com beliches. Créditos: Patrícia Costa

Fotos: Nossa barraca no pátio do Refúgio 5.13 e um slackline num dia chuvoso. Créditos: Tomás Fleck
Durante nossa estadia no refúgio, choveu, fizemos trekking, descansamos, conversamos por demais com o pessoal do refúgio, conhecemos os moradores e os escaladores do Anhangava, escalamos e conhecemos grandes amigos que trouxemos no coração!!!
Em um dos dias, fizemos o cume do Anhangava por trekking, utilizando as vias ferratas. Do refúgio ao cume levamos cerca de 1h30mi., considerando que estava chovendo e uma forte neblina.
Fotos: Trilha e sinalização para o Cume do Anhangava. Via Ferrata e o tempo fechado na chegada ao Cume. Créditos: Tomás Fleck
Em outros dias nossos amigos e ótimos companheiros, Aranha e Frida, foram conosco escalar e nos dar ‘os betas’ das vias.
Entramos nas clássicas da Zona Principal – Face Noroeste para sentir a rocha. Iniciamos no Setor Andorinhas com a via Andorinhas- III sup, depois fomos para o Setor Principiantes, nas vias Transversal de Sexto Grau - VI e Caninana- III. Escalamos no Setor RS, entrando na Mônica – IV sup, V.
Em outra tarde fomos para a Zona Campo das Panelas no Setor Professor. Entramos na Parece mas não é – VI, a Professor – VI sup. e a Saí de baixo – V , 2 enf. Finalizamos a Saí de baixo com headlamp e um temporal no cume às 19 horas. Em virtude disso, fizemos um trekking na descida.
Foto: Base do Setor do Professor com Frida, Aranha, Tomás e Patrícia. Créditos: Ricardo
Fotos: Setor Principiantes - Via: Transversal de Sexto Grau - VI. Créditos: Tomás Fleck
Fotos: Setor do Professor- Via: Parece mas não é - VI. Créditos: Patrícia Costa
A diversidade de vias é muito grande. O livro publicado com as vias é do ano de 2002, mas atualmente existem mais de 200 vias, considerando os diferentes setores.
Nossaaaa....a aderência do granito é demais!!! Foi uma experiência muito boa guiar estas vias. Visto que, aqui no RS estamos acostumados com arenito e conglomerado, a escalada de aderência foi bem diferente.
Foi pouco tempo de trip, mas foi inesquecível. As amizades cativantes, as parcerias de montanhismo, o aconchego do Refúgio 5.13, o diferente estilo de escalada, os trekkings....tudo isso foi demais. Cada dia foi aproveitado como sendo único!!!
Fotos: Anhangava num dia chuvoso e as parcerias de todas as noites (Ro, Aranha e Frida). Créditos: Tomás Fleck
Foto: Cume, após a escalada da Transversal de Sexto Grau e da Canina. Crédito: Tomás Fleck
“Os dias que estes homens passam nas montanhas são os dias em que realmente vivem. Quando a mente se limpa das teias de aranha e o sangue corre com força pelas veias. Quando os cinco sentidos recobram a vitalidade e o homem completo se torna mais sensível, e então já pode ouvir as vozes da natureza, e ver as belezas que só estão ao alcance dos mais ousados.”
(Reinhold Messner)
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